Os
processos da produção e da reprodução musical na infância
Esther Beyer
Resumo
Desde
os primeiros dias de vida, o indivíduo, desenvolve processos cognitivos, principalmente
quando este interage ativamente com o meio ambiente. Na faixa etária de 0 a 3
anos, os processos cognitivo-musicais vão influenciar diretamente nas
concepções e desempenhos musicais futuros. Nessa perspectiva, realizou-se um
estudo de caso, visando à observação longitudinal de um sujeito em bastante contato
com música para que se pudesse observar este desenvolvimento. As manifestações
musicais do sujeito como a produção e reprodução musical e aspectos da
linguagem foram gravadas em fita cassete e relatadas em protocolos escritos de
observação. Após a sistematização dos dados coletados, foi feita uma comparação
com outro sujeito na qual constatou-se desenvolvimento cognitivo diferente.
Analisando os dados notamos que o presente sujeito, que teve seu
desenvolvimento cognitivo musical em ambiente brasileiro desenvolveu de forma
mais acentuada os processos lingüísticos, em que se sobressaem aspectos rítmicos
da fala em detrimento das estruturas melódicas. No outro sujeito, que se
desenvolveu em ambiente alemão, também com bastante estimulação musical,
verificamos uma tendência acentuada para as estruturas melódicas em detrimento
da rítmica e do texto. A partir disto pudemos concluir a existência de duas
linhas distintas de desenvolvimento musical, uma mais propensa aos aspectos
rítmicos, a outra mais propensa aos aspectos melódicos da música. Em ambos os
sujeitos verificou-se o desenvolvimento dos processos de produção e reprodução
musical, no qual pudemos perceber claramente as características particulares de
cada um na presente pesquisa.
Palavras-chave:
cognição musical, processos de aprendizagem, primeira infância.
A variedade de processos
cognitivos musicais impõe, de certa forma, estudos cada vez mais aprofundados e
específicos tendo em vista propostas de educação musical voltadas para os educandos
nas suas diversas realidades (GRUHN, 2002; GEMBRIS, 1998, SHORE, 2000).
A presente pesquisa buscou ampliar o campo de
conhecimentos teóricos na área de desenvolvimento cognitivo-musical, assim como
contextualizar a pesquisa cognitiva da música no Brasil. Através de um estudo
comparativo entre o desenvolvimento cognitivo-musical de dois sujeitos, a
pesquisa buscou verificar por quais etapas as crianças percorrem em relação à produção
e à reprodução musical e concluiu alguns aspectos relevantes decorrentes da
relação e comparação entre as produções e reproduções dos dois sujeitos. Comparamos
as etapas que são percorridas pelas crianças com aquelas já constadas em nossas
pesquisas anteriores (BEYER, 1994 a-b-c; BEYER, 1996; LOURO, 1996).
Os sujeitos foram observados
desde o nascimento, minuciosamente, quanto às produções e reproduções musicais
e aquisição da fala. Os dados foram recolhidos por meio de protocolos de observação
e gravações em fita-cassete.
O primeiro sujeito foi
observado desde o nascimento até a idade de três anos e meio, sendo gravado
sempre que necessário (dados previamente coletados e publicados em BEYER 1994).
Até a idade de onze meses a criança vivia em ambiente brasileiro e depois na
Alemanha.
Quando no Brasil, esta
criança ouvia canções de ninar e músicas infantis em português, depois de um
ano ouvia principalmente canções religiosas, infantis, e música erudita. Tinha
por preferência o Lago dos Cisnes, o Quebra-Nozes e o Carnaval dos Animais.
A criança tinha à disposição instrumentos como:
a flauta doce, um teclado, um violão e instrumentos infantis variados. Podia
manipulá-los livremente assim como o aparelho de som.
Não foi realizado um
trabalho de educação musical formal com a criança. Quanto à produção musical, o
sujeito na idade de um ano e oito meses produzia dois tipos de sons, nuclear e
de salto. O tipo nuclear se caracterizava como a cantoria que circulava em torno
de um intervalo de no máximo uma terça, com pequenos glissandi e sem estrutura
rítmica definida, parecendo que a criança conversava ou cantava consigo mesma
em seus momentos de brincadeira. No tipo do salto, em contrapartida, a criança
cantava em geral intervalos maiores, em graus disjuntos, com uma estrutura
rítmica mais definida e repetida várias vezes, sendo em geral cantado em
situações sociais (na presença e participação de outras pessoas) e acompanhado de
movimentos como correr ou pular. Com um ano e nove meses, variações
desencadeiam num final fixo.
A reprodução simultânea já é
definida em um ano e cinco meses a nível melódico. Com dois anos as alturas
estão bem definidas com ausência de texto e ritmo. Irá adquiri-lo com dois anos
e três meses, aproximadamente. Na idade de um ano e cinco meses reproduz um
motivo com três notas. Entre um ano e oito meses e dois anos e um mês, o
sujeito tem a capacidade de imitação interna e um senso de tonalidade.
Quanto à linguagem, na idade
de um ano e nove meses o sujeito apresenta um contorno frasal não convencional,
é apresentado como uma linha melódica entoada intencionalmente. As palavras
aparecem com dois anos e a frase se completa na idade de dois anos e meio. Como
a criança vivia em ambiente bilíngüe a partir dos onze meses, o desenvolvimento
da linguagem se deu de forma particular.
A segunda criança foi
observada em ambiente brasileiro. Suas primeiras manifestações musicais
ocorreram desde muito cedo, aproximadamente com cinco meses, quando balbucios acompanhavam
o estudo ao piano de sua mãe. A criança cresceu em um ambiente de grande estimulação
musical com vários instrumentos à disposição. Na família desta, a mãe e o avô praticavam
a maioria dos dias os seus instrumentos, não sempre na presença da criança.
Nos primeiros oito meses
foram cantadas canções de ninar para o sujeito pela mãe, avó ou bisavós. Foram
ouvidas muitas canções infantis também, principalmente depois dos oito meses em
que as canções de ninar provocavam choro na criança. A criança ouvia música
clássica, principalmente Bach, Beethoven e Scarlatti. Ouvia no aparelho de som
Pink Floyd, Kiss e Deep Purple. Destes exemplos musicais ela demonstrou
preferência por Scarlatti e Deep Purple.
Assistia à televisão uma
pequena parte da manhã, pois gostava muito da abertura musical de certos desenhos,
inclusive os acompanhava.
Apesar do constante contato
com os instrumentos musicais, nunca foi desenvolvido um trabalho de educação
musical formal com a criança, somente alguns momentos de improvisação ao piano
e violão. Sempre que mostrava interesse à criança podia manipular os
instrumentos livremente.
Quanto à produção musical, o
sujeito manifestou-se pela primeira vez na idade de um ano e um mês brincando
com a palavra “brum-brum” conhecida há bastante tempo por ele. Com um ano e
cinco meses utilizava pequenos glissandi no dia-a-dia e com um ano e dez meses
imitava o som de alguns instrumentos. Com dois anos a criança brincava com o
motivo da música Smoke on the water, do grupo Deep Purple, trocando o texto.
Quanto à reprodução musical
sua primeira manifestação foi com um ano e um mês, quando cantou
simultaneamente a canção Nana-nenê que sua avó cantava para ele dormir. Com um
ano e cinco meses a criança acompanhava as canções infantis dizendo sempre a
última palavra da música, por vezes acompanhando com palmas. Com um ano e dez
meses cantava músicas da televisão e começou o motivo “Smoke”¹. Com dois anos o
motivo é bastante consistente. Com dois anos e dois meses o sujeito cantava
sozinho as canções infantis, e o motivo “smoke” está completo.
A canção infantil “Fui morar numa casinha”,
com um ano e sete meses é bem elementar, notamos que aos dois anos e dois meses
já está bem definida melodicamente, ritmicamente e textualmente. Notamos melhor
o progresso no motivo “smoke”. Com um ano e dez meses a criança reproduzia a
primeira parte do motivo composto por três notas. Com um ano e onze o motivo
“smoke”, foi denominado assim, por ser um trecho melódico da música Smoke on
the water, do grupo Deep Purple, que a criança ouvia e gostava muito,
entoando-a e modificando-a na sua brincadeira musical. 4 meses ele começa a
variar o motivo textualmente até chegar ao motivo completo em dois anos e dois
meses.
Quanto à linguagem verbal, o
sujeito teve um desenvolvimento bastante grande, o que possivelmente tenha
influenciado no seu desenvolvimento rítmico musical em detrimento da aquisição
melódica.
Analisando esses dados, chegamos
à conclusão de que o sujeito adquiriu os aspectos melódicos das canções depois
de ter dominado a parte textual da estrutura da música. Notamos que a criança
em questão, com um ano e um mês de idade acompanhava a sua avó melodicamente na
canção de ninar. A criança começou a ter um desenvolvimento mais acelerado da
linguagem por volta de um ano e cinco meses, idade em que começou a acompanhar
as melodias infantis com poucas palavras do texto. Podemos concluir que, devido
ao fato de o sujeito ser muito estimulado verbalmente em decorrência do
convívio com muitos adultos, ele tenha desenvolvido uma reprodução musical via
“texto da canção”. Apesar do sujeito ter sido bastante estimulado musicalmente,
utilizava para reproduzir uma canção, os esquemas verbais primeiro para então
chegar à melodia.
O sujeito em questão, apesar
de ter falado primeiro, consegue chegar a uma melodia precisa aos dois anos e
dois meses, ou seja, a fala veio primeiro, mas não comprometeu as estruturas
melódicas da criança.
Acredita-se que a idade de
um a dois anos, onde as crianças começam a falar, é o período de opção a um
caminho ou outro de desenvolvimento. O exemplo da canção de ninar (um ano e um
mês) nos mostra que o sujeito poderia ter seguido, a partir daquele momento, a
reprodução pelo âmbito melódico, não fosse à estimulação verbal intensa que
recebeu.
No caso do primeiro sujeito o desenvolvimento
verbal se deu de forma mais lenta.
Desenvolveu de forma mais
ampla os aspectos melódicos da música, isto ficou evidenciado pelo modo como
manuseava os materiais que lhe eram oferecidos. Era como se brincasse com as alturas
e de alguma forma jogasse com vários elementos da melodia, atendo-se pouco à reprodução
das palavras bem como à precisão rítmica.
Fica clara a diferença entre os dois sujeitos
estudados, levando-se em conta a diferença de contextos de estudos, brasileiro
e alemão, bem como a própria natureza dos estímulos sonoro musicais oferecidos
aos dois.
Deve-se considerar o fato de que se um dos
sujeitos reforçou aspectos rítmico-verbais não significa necessariamente que
não desenvolverá aspectos melódico-musicais, mas apenas que seu processo de
construção e reprodução das alturas poderá tardar um pouco mais.
No caso do primeiro sujeito, pode-se afirmar
que ele aprendeu a cantar antes de falar, isso se evidencia no modo como
desenvolveu as noções de altura e pela comunicabilidade através das entonações.
Neste sentido, esta pesquisa visa contribuir para um desenvolvimento
cognitivo musical das crianças desde a sua primeira infância, na medida que pode
detectar o tipo de desenvolvimento musical de cada uma e proporcionar desafios
adequados as suas necessidades individuais.
Se cada criança pudesse receber
um estímulo musical adequado nessa idade em que a inteligência está se
desenvolvendo, poderíamos melhorar consideravelmente a educação musical, entre
outros aspectos. Estudos de caso como este nos possibilitam o
acompanhamento minucioso de uma criança, para podermos precisar quais os
caminhos existentes na construção de um pensamento lógico-musical. A partir
disto podemos desenvolver um trabalho musical muito mais direcionado, de acordo
com as características individuais de cada criança.
Fonte:
http://www.abemeducacaomusical.org.br/Masters/anais2008/021%20Caroline%20Cao%20Ponso%20&%20Esther%20Beyer.pdf
A importância dada à percepção nos estudos formais de música pode ser reinterpretada. A valorização de respostas espontâneas da criança, como o “canto afinado”, ou até mesmo a do “ouvido absoluto”, nos levam a superestimar um suposto talento musical “inato”. Se quisermos analisar o pensamento dos alunos que estão sujeitos ao trabalho educativo baseado em exercícios de solfejo, ditado, e outros, denominados exercícios de percepção, poderemos concluir que é a cognição musical que se desenvolve. É por meio do funcionamento das estruturas lógicas em resposta às percepções que o sujeito se desenvolve musicalmente.
ResponderExcluirEsther Beyer.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEm algumas abordagens de educação musical é comum os professores proporem a
ResponderExcluirseus alunos a exploração de sons que estes percebem no ambiente. A representação de
imagens mentais derivadas dos fenômenos sonoros, tais como sons da chuva, do
movimento das folhas de árvores ao vento, das águas batendo nas pedras, etc, foi muito
bem exposta por Schafer em debates que este compositor estabeleceu com alunos de 13 a
17 anos em escolas do Canadá no ano de 1965. Ele propõe exercícios para trabalhar a
sensibilização dos alunos através do desenvolvimento da percepção de “paisagens
sonoras” e sua utilização em trabalhos de composição.
Ambientes barulhentos agridem
ResponderExcluirNa 22ª. segunda semana de gravidez, a cóclea, órgão que abriga todos os componentes da audição dentro da orelha interna, já está completamente formada. Isso quer dizer que o bebê ouve a mesma coisa que você.
Estudos já demonstraram que o líquido amniótico pode amplificar alguns tipos de som, como os muito graves. A voz da mãe também é amplificada em cerca de 5 decibéis.
Um estudo chegou a mostrar que mulheres que trabalhavam oito horas por dia num ambiente de muito barulho (em volumes que exigiam proteção auricular) corriam mais risco de ter bebês com problemas auditivos.
Além disso, é preciso considerar que um barulho muito forte faz com que o organismo da mãe produza hormônios ligados ao estresse, fazendo o coração acelerar, o que não é bom para a saúde cardíaca do bebê.
Os bebês, desde o útero materno, ouvem e reconhecem vozes. Sabe-se também que são capazes de sentir emoções da mãe, de se assustar e que após o nascimento terão memórias da vida intra uterina.
O psiquiatra canadense Thomas Verny explica no livro “Bebês do Amanhã: Arte e Ciência de Ser Pais”, que desde os primeiros meses de gestação, a criança é capaz de identificar certos acontecimentos.
“Com 4 meses e meio, se você acender uma luz forte na barriga de uma gestante, o bebê vai reagir. Se fizer um barulho alto, ele tenta colocar as mãos nas orelhas. Se colocar açúcar no liquido amniótico, ele vai dobrar a ingestão. Bebês gostam de açúcar! Quando se coloca algo amargo, o bebê para de tomar o líquido e faz cara feia. Eles sentem a diferença entre doce e amargo, reagem à luz, ao toque e ao barulho.”
Vídeo-game e todos os brinquedos sonoros devem ser avaliados pelo som que emitem. “O sistema auditivo é um órgão sensorial extremamente delicado e passível de lesões se for muito carregado, principalmente em bebês, que têm uma sensibilidade auditiva muito apurada. A célula ciliada do ouvido interno do bebê sofre com o ruído excessivo e esse abuso pode acabar levando à sua destruição”, alerta o otorrinolaringologista Jamal Azzam.
A indicação é sempre manter os pequenos longe de ambientes muito barulhentos, seja um local fechado ou na rua, onde o som do trânsito também causa incômodo. Se for inevitável fugir desses locais, o ideal é proteger os ouvidos da maneira certa. “Muitos pais usam algodão para tapar o canal auditivo, mas isso não garante a vedação necessária do som. Uma opção é usar fones de ouvido de boa qualidade que preservem a audição”, finaliza Azzam.
“Há uma região no cérebro chamada “tálamo”. Esta é a parte do cérebro na qual a música é percebida. No tálamo as emoções, sensações e sentimentos são percebidos antes destes estímulos serem submetidos às partes do cérebro responsáveis pela razão. A música, portanto, não depende do sistema nervoso central para ser assimilada imediatamente pelo cérebro. Ela passa pelo aparelho auditivo, pelo tálamo e depois vai ao lobo central.
A “batida” que substitui o ritmo provoca um estado de emoção que a mente não discerne. Desorganiza a química. As batidas graves da percussão afetam o líquido cerebrospinal.
O volume (amplificado) das músicas acima de 50 decibéis prejudica a audição e a saúde cerebral”.
Ivone Boechat
Ambientes barulhentos agridem
ResponderExcluirNa 22ª. segunda semana de gravidez, a cóclea, órgão que abriga todos os componentes da audição dentro da orelha interna, já está completamente formada. Isso quer dizer que o bebê ouve a mesma coisa que você.
Estudos já demonstraram que o líquido amniótico pode amplificar alguns tipos de som, como os muito graves. A voz da mãe também é amplificada em cerca de 5 decibéis.
Um estudo chegou a mostrar que mulheres que trabalhavam oito horas por dia num ambiente de muito barulho (em volumes que exigiam proteção auricular) corriam mais risco de ter bebês com problemas auditivos.
Além disso, é preciso considerar que um barulho muito forte faz com que o organismo da mãe produza hormônios ligados ao estresse, fazendo o coração acelerar, o que não é bom para a saúde cardíaca do bebê.
Os bebês, desde o útero materno, ouvem e reconhecem vozes. Sabe-se também que são capazes de sentir emoções da mãe, de se assustar e que após o nascimento terão memórias da vida intra uterina.
O psiquiatra canadense Thomas Verny explica no livro “Bebês do Amanhã: Arte e Ciência de Ser Pais”, que desde os primeiros meses de gestação, a criança é capaz de identificar certos acontecimentos.
“Com 4 meses e meio, se você acender uma luz forte na barriga de uma gestante, o bebê vai reagir. Se fizer um barulho alto, ele tenta colocar as mãos nas orelhas. Se colocar açúcar no liquido amniótico, ele vai dobrar a ingestão. Bebês gostam de açúcar! Quando se coloca algo amargo, o bebê para de tomar o líquido e faz cara feia. Eles sentem a diferença entre doce e amargo, reagem à luz, ao toque e ao barulho.”
Vídeo-game e todos os brinquedos sonoros devem ser avaliados pelo som que emitem. “O sistema auditivo é um órgão sensorial extremamente delicado e passível de lesões se for muito carregado, principalmente em bebês, que têm uma sensibilidade auditiva muito apurada. A célula ciliada do ouvido interno do bebê sofre com o ruído excessivo e esse abuso pode acabar levando à sua destruição”, alerta o otorrinolaringologista Jamal Azzam.
A indicação é sempre manter os pequenos longe de ambientes muito barulhentos, seja um local fechado ou na rua, onde o som do trânsito também causa incômodo. Se for inevitável fugir desses locais, o ideal é proteger os ouvidos da maneira certa. “Muitos pais usam algodão para tapar o canal auditivo, mas isso não garante a vedação necessária do som. Uma opção é usar fones de ouvido de boa qualidade que preservem a audição”, finaliza Azzam.
“Há uma região no cérebro chamada “tálamo”. Esta é a parte do cérebro na qual a música é percebida. No tálamo as emoções, sensações e sentimentos são percebidos antes destes estímulos serem submetidos às partes do cérebro responsáveis pela razão. A música, portanto, não depende do sistema nervoso central para ser assimilada imediatamente pelo cérebro. Ela passa pelo aparelho auditivo, pelo tálamo e depois vai ao lobo central.
A “batida” que substitui o ritmo provoca um estado de emoção que a mente não discerne. Desorganiza a química. As batidas graves da percussão afetam o líquido cerebrospinal.
O volume (amplificado) das músicas acima de 50 decibéis prejudica a audição e a saúde cerebral”.
Ivone Boechat