terça-feira, 24 de julho de 2012

Lutero e a Música - Paradigmas de louvor

Martim Lutero (1483-1546) foi o único entres os reformadores do século XVI a defender a música como uma maravilhosa dádiva de Deus a ser usada no louvor e na pregação da sua palavra e recomendou sem hesitar o uso da música no fomento da vida cristã e no culto da igreja.
As idéias de Lutero não representam tão-somente uma questão de interesse histórico, mas revelam concepções que podem auxiliar na reflexão acerca da maneira como nós hoje vemos e usamos a música da igreja.

Reflexões a cerca do livro


Lendo o livro Lutero e a Música, percebo o quanto essa arte sempre foi uma divindade na vida das pessoas, a música certa vez dita por um mestre, Nelson Faria, "... é quase que um deus, uma divindade", concordo com isso, pois não vivemos sem música, um homem sem música é como um galho seco, sem vida. 
Lutero que viveu na Europa no período da renascença, no século XVI, além de proclamar a reforma cristã e dividir a igreja católica, bem como, a Alemanha em sua fé, também teve grandes contribuições na música. Ele cantou canções de canto gregoriano e também músicas polifônicas, que na época estava em ascensão. Martim Lutero era um cantor tenor com qualidade vocal mediana, mas simplesmente, tocava como ninguém o instrumento a qual hoje batizamos de antecessor do violão, o Alaúde. Tinha uma facilidade de transpor os arranjos vocais polifônicos para o instrumento e ao que parece era muito bem executado. 
Lutero assim como muitos músicos e professores, se preocupava em ter uma música de qualidade na vida e na educação das pessoas e o motivo de expor essas idéias é simples, estudemos a música, pois ela não pode ser considerada apenas como uma forma "divina", ou um "dom" como muitos falam por aí, creio em 10% de inspiração e 90% em transpiração. 
A música deve ser sempre pesquisada, levada aos bancos das escolas como questionamentos e discussões para nossos educandos, façamos da música teses de mestrados, doutorados, etc. Digo isso, porque tem muita gente que acha que ela deve apenas ser sentida, deve vir algo inspirador divino que os leve a compor, creio que não somente isso, mas sim, estudar música no sentido mais empírico da palavra e se aprofundar na mesma. Segundo Calvin, "Dificilmente há algo no mundo com maior poder de alterar e desviar para uma ou outra direção a moral das pessoas (...). Ela [a música] tem um poder secreto de tocar nossos corações de uma ou outra forma. Por esse motivo nós temos que estar sempre muito atentos em sua regulamentação, de forma que ela possa nos ser útil e de nenhuma maneira nociva". Ibidem, p.347.

Outro assunto interessante que o livro aborda, é que a Igreja Luterana defendia a manutenção dos músicos, ou seja quando Lutero fala "... solicito novamente que Vossa Excelência não permita que a Kantorei se acabe, especialmente porque os membros que a compõem no momento foram instruídos para esse trabalho; além disso, a arte [da música] é digna de receber apoio e manutenção de príncipes e senhores (...) Os bens e as posses dos monastérios poderiam ser muito bem utilizados para cuidar dessas pessoas. Deus se alegraria com tal ação". p.30. Prova que devemos mudar a realidade das nossas igrejas, pastores paguem seus músicos, e parem de dizer que devemos "tocar pelo amor a obra". Músico casa, quer casa, paga contas e come também. 


A educação musical das crianças na escola


‎"Se eu tivesse filhos e deles pudesse cuidar, eles estudariam não apenas línguas e história, mas também canto e música (...)". Martinho Lutero (p. 19)


A educação musical que Lutero recebeu em sua infância deixou nele uma marca indelatável de um aprendizado que ficou para toda sua vida. Mais tarde, teve  um filho chamado João e certa vez escreveu uma carta a Marcus Crodel dizendo o seguinte:

Estou lhe enviando meu filho João para que seja incluído no grupo de meninos que serão instruídos em gramática e música (...). E diga a Johann Walter que eu oro por seu bem-estar e que confio meu filho a ele para aprender música, pois eu, é claro, formo teólogos, mas gostaria também de formar filósofos e músicos. p.36.

Lutero deixa claro aqui que acreditava ser apenas um formador de teólogos, logo então sua preocupação em deixar seu filho nas mãos de pessoas profissionais da música, aptas e capacitadas em ensinar de fato as qualidades teóricas e técnicas da música. 
Outra preocupação e interesse dele era em um dia poder ser também formador de músicos, pois seu conhecimento na área se limitava apenas ao fazer musical e não o ensinar.

A música na igreja hoje


O interessante é ressaltar da preocupação de Lutero em utilizar a música como louvor e adoração a Deus e tão somente a Ele. Fica claro que, a música na igreja contemporânea, em muitos casos, passa a ser utilizada como forma de atrativo, ou algo a mais, para chamar fieis a se fazerem presentes e ajudarem apenas a "esquentar os bancos" das igrejas. Lutero deixa claro sua preocupação quando diz em suas discussões sobre paradigmas secundários (p.66) que "a música funciona no culto como uma distração momentânea" ou "para ser espectadores", fazendo entender que ela [a música] não pode ser levada a esse sentido.
Martim explica que "Para a igreja, preocupar-se com a perícia profissional da música e seu uso no louvor e na oração é um reflexo direto do cuidado que ela dispensa  ao uso dessa grande e boa dádiva de Deus", ou seja, perícia significa dizer qualidade musical, e em se tratando de seu uso no culto, entende-se que a utilização da boa música em adoração a Deus.



                                                                   ***


Bibliografia:

SCHALK, Carl F. Lutero e a Música: Paradigmas de louvor. Tradução Werner Ewald. - São Leopoldo, RG. Editora Sinodal, 2006.

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  3. Ambientes barulhentos agridem

    Na 22ª. segunda semana de gravidez, a cóclea, órgão que abriga todos os componentes da audição dentro da orelha interna, já está completamente formada. Isso quer dizer que o bebê ouve a mesma coisa que você.

    Estudos já demonstraram que o líquido amniótico pode amplificar alguns tipos de som, como os muito graves. A voz da mãe também é amplificada em cerca de 5 decibéis.

    Um estudo chegou a mostrar que mulheres que trabalhavam oito horas por dia num ambiente de muito barulho (em volumes que exigiam proteção auricular) corriam mais risco de ter bebês com problemas auditivos.

    Além disso, é preciso considerar que um barulho muito forte faz com que o organismo da mãe produza hormônios ligados ao estresse, fazendo o coração acelerar, o que não é bom para a saúde cardíaca do bebê.

    Os bebês, desde o útero materno, ouvem e reconhecem vozes. Sabe-se também que são capazes de sentir emoções da mãe, de se assustar e que após o nascimento terão memórias da vida intra uterina.

    O psiquiatra canadense Thomas Verny explica no livro “Bebês do Amanhã: Arte e Ciência de Ser Pais”, que desde os primeiros meses de gestação, a criança é capaz de identificar certos acontecimentos.

    “Com 4 meses e meio, se você acender uma luz forte na barriga de uma gestante, o bebê vai reagir. Se fizer um barulho alto, ele tenta colocar as mãos nas orelhas. Se colocar açúcar no liquido amniótico, ele vai dobrar a ingestão. Bebês gostam de açúcar! Quando se coloca algo amargo, o bebê para de tomar o líquido e faz cara feia. Eles sentem a diferença entre doce e amargo, reagem à luz, ao toque e ao barulho.”

    Vídeo-game e todos os brinquedos sonoros devem ser avaliados pelo som que emitem. “O sistema auditivo é um órgão sensorial extremamente delicado e passível de lesões se for muito carregado, principalmente em bebês, que têm uma sensibilidade auditiva muito apurada. A célula ciliada do ouvido interno do bebê sofre com o ruído excessivo e esse abuso pode acabar levando à sua destruição”, alerta o otorrinolaringologista Jamal Azzam.

    A indicação é sempre manter os pequenos longe de ambientes muito barulhentos, seja um local fechado ou na rua, onde o som do trânsito também causa incômodo. Se for inevitável fugir desses locais, o ideal é proteger os ouvidos da maneira certa. “Muitos pais usam algodão para tapar o canal auditivo, mas isso não garante a vedação necessária do som. Uma opção é usar fones de ouvido de boa qualidade que preservem a audição”, finaliza Azzam.

    “Há uma região no cérebro chamada “tálamo”. Esta é a parte do cérebro na qual a música é percebida. No tálamo as emoções, sensações e sentimentos são percebidos antes destes estímulos serem submetidos às partes do cérebro responsáveis pela razão. A música, portanto, não depende do sistema nervoso central para ser assimilada imediatamente pelo cérebro. Ela passa pelo aparelho auditivo, pelo tálamo e depois vai ao lobo central.

    A “batida” que substitui o ritmo provoca um estado de emoção que a mente não discerne. Desorganiza a química. As batidas graves da percussão afetam o líquido cerebrospinal.
    O volume (amplificado) das músicas acima de 50 decibéis prejudica a audição e a saúde cerebral”.

    “Cantem-lhe uma nova canção; toquem com habilidade ao aclamá-lo.” (Sl 33:3 – NVI)


    Ivone Boechat

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